quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A Lei de Gaga

Quando o assunto são as arenas esportivas, existe um conflito entre a visão norte-americana e a européia. No Novo Mundo, impera o conceito das arenas multiúso, que servem para todo tipo de evento, até para eventos esportivos, enquanto no Velho Mundo, o Esporte (essencialmente o Futebol) é quem manda, não descartando usos alternativos, fora dos dias de jogos, desde que não prejudiquem a realização dos jogos. Não por acaso os gramados, que não são sintéticos como nos Estados Unidos, parecem o carpete da sala de casa. Se resta alguma dúvida, acho ainda que o modelo europeu é bem mais coerente para os clubes brasileiros, já que estes não têm fins econômicos. O dinheiro pode importar, é claro, mas tem que ser muito dinheiro mesmo e o prejuízo esportivo tem que ser colocado na balança. Neste final de ano, dois grandes concertos de estrelas norte-americanas serão realizados no estádio do Morumbi - Lady Gaga em novembro e Madonna em dezembro - levando jogos decisivos para outro estádio qualquer, incluindo o duelo com o Corinthians na última rodada. Talvez nem mesmo o clássico valha alguma coisa (a que ponto chegamos!), mas poderia valer o título, a vaga na Libertadores ou a despedida de Lucas e Rogério Ceni, quem poderia adivinhar? Se o São Paulo FC receberá mesmo R$ 1,5 milhão pelo show, é muito pouco, mal cobre a renda da partida perdida, quem dirá o resto. No Tricolor, mais uma vez pesou o que vou chamar de 'Lei de Gaga', deixando o coitado do Futebol em segundo plano.

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