sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Barueri mudou-se!


Sou um grande defensor do Esporte enquanto negócio, principalmente o Futebol. O que a maioria ainda não entende é no que consiste este negócio. Primeiro: Futebol é um negócio a longo prazo. Os maiores clubes do Brasil e do Mundo levaram décadas para construir marcas fortes e torcidas de massa. Segundo: Futebol é paixão. É esta paixão que movimenta bilhões de Reais, Euros e Dólares. Neste mês, o Grêmio Barueri, grande revelação do futebol brasileiro em 2009, deixou a cidade. O clube que - segundo os próprios dirigentes - nunca recebeu nada da Prefeitura - mudou-se por falta de apoio da Prefeitura. Dá para entender? Nos últimos dias, assisti a um documentário da ESPN sobre a história dos Colts, um time de Futebol Americano que abandonou a cidade de Baltimore, na calada da noite, mudando-se para Indianápolis. Simplesmente, colocou tudo que pôde em carretas e fugiu em comboio. É comovente ver, 26 anos depois, o sofrimento de seus torcedores. Quem é torcedor de verdade, pode imaginar. Mas quantos torcedores tem (tinha) o Barueri? Não importa. Quando se mudou para Presidente Prudente, o comboio gremista (não consigo mais dizer Barueri, parece que rasurei o mapa do Estado de São Paulo) esqueceu de carregar seus parceiros e admiradores. Eu mesmo me considerava um deles. E tem algo que jamais caberia na bagagem: sua alma e sua reputação. Qual a confiança que uma empresa tem para patrocinar um time de Futebol? Qual o retorno que justifica o risco de devastar os corações de uma cidade inteira? Em Baltimore, anos depois, os torcedores, mesmo feridos, abraçaram um novo time, o Ravens, com o aval dos grandes ídolos e da banda oficial do antigo Colts. Para o Indianápolis, restou uma história de traição. Espero, igualmente, que a cidade de Barueri encontre um novo clube, que carregue consigo o estádio, a história e os ídolos dos quais costumava se orgulhar. Ou que o filho pródigo à casa retorne, para provar que o Futebol é negócio - e até por isto - não é brincadeira.