quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Pede pra sair

Com a chegada da Copa das Confederações 2013 e da Copa do Mundo 2014, experimentaremos muitas novidades do primeiro mundo do Futebol e da sociedade, uma delas na segurança dentro das arenas. Nestes eventos, teremos em ação seguranças treinados física, técnica e psicologicamente, em lugar dos policiais truculentos e fora de forma (pra dizer o mínimo). Já estava na hora. O nosso Futebol já tem problemas suficientes, incluindo grandes danos à sua imagem. Nunca vou me esquecer a tentativa de invasão de campo que presenciei durante um jogo de futebol das Olimpíadas de Atlanta: um ágil e veloz segurança (de tênis e abrigo) deu um pique sensacional, acertou uma voadora plasticamente perfeita e imobilizou o engraçadinho com as pernas, levando os torcedores ao delírio de um gol. Tamanho orgulho é difícil de imaginar por aqui. Depois da Copa, agradeceremos à polícia pelos serviços prestados, mas não só espero, como também sugiro, que não voltem. Acredito que as taxas pagas pelos clubes não deixarão ninguém mais pobre ou mais rico. Continuaremos contando com a PM em um trabalho bem mais digno, o patrulhamento em torno das arenas (fora), quem sabe assim não se torne até mais eficiente. E quem sabe quando formos mal atendidos ou mesmo ofendidos pelos seguranças particulares possamos até chamar a polícia, sem o risco de sermos humilhados, agredidos e ameaçados. Assim, a fé pública dos oficiais terá melhor serventia. A arena esportiva não precisa ser um reflexo da sociedade (muito menos da nossa). Queremos um casulo, onde as famílias e os torcedores de verdade simplesmente possam viver em paz.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Um time, uma torcida

Independente do resultado final do Mundial de Clubes, a torcida corintiana já havia conquistado o mundo. Isso me faz lembrar da importância dos fãs, não apenas para impulsionar o time, mas também seus negócios. Não é demagogia. O torcedor é o começo, o meio e o fim de tudo. Sem a torcida, não existem patrocínios, direitos de retransmissão, quem dirá bilheteria ou licenciamento. Algo que parece tão óbvio, mas tantas vezes ignorado. Uma grande base de torcedores é o fundamento para fazer valer os esforços de Marketing Esportivo, sempre mantendo o foco nos fãs. Por isso, formar e manter torcedores é o fundamento deste negócio, um negócio de longo prazo, é verdade. O grande desafio os gestores é simular em laboratório a geração espontânea de torcedores, como acontece com a Fiel há mais de um século. Um país louco por Futebol, uma grande cidade, um posicionamento claro e pertinente, uma história de muitos títulos e ídolos do passado e do presente, um legado de pais para filhos. A fórmula está completa, quem é capaz de copiar?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Another brick in the wall

Recentemente, li uma declaração de um interlocutor da polícia militar, sobre a arena do Corinthians, dizendo que deveriam ser instalados alambrados no local após a Copa do Mundo, pois nós "não estamos preparados" para tamanha evolução. Mas quem exatamente não está preparado? Ou quando "estaremos"? Ao contrário do que se possa pensar, existe um caso de sucesso no combate à violência nos estádios, como consequência da retirada destes obstáculos. No Futebol Inglês, esta foi a primeira medida para combater os temidos hooligans. Justamente para criar um marco de que dali em diante os estádios não seriam mais próprios para abrigar torcedores violentos, logo deixariam de aturá-los. Estes fanfarrões também teriam suas faces reveladas, sem mais poder dizer para o alambrado "me segura.. me segura senão eu entro em campo". Mais do que isso, tragédias - que só não aconteceram aqui porque Deus é brasileiro ou sei lá - já haviam mostrado que o alambrado vai contra a segurança, pois é justamente o campo a melhor rota de fuga no caso de grandes confusões. Tudo isso só foi possível sob um plano de identificação e punição aos maus elementos, é claro. Diga-se de passagem, o país vivia um estágio similiar ao nosso futebol atual, como me contou o professor Rogan Taylor, do curso de Football Industries, da Universidade de Liverpool. Se o exemplo do melhor e mais rico campeonato de Futebol do mundo não servir, o que servirá? Queremos continuar sem alambrado, com segurança de verdade. Assim cairá o muro de Berlim que nos separa do futebol civilizado.

Ouça Another Brick in the Wall, do Pink Floyd