sexta-feira, 20 de março de 2009

Até tu? A Revanche!

Quem conhece meu trabalho (e agora meu blog) sabe que tenho opiniões fortes sobre determinados assuntos e não fujo - acho que até gosto - de polêmicas. Mas desta vez, estou muito feliz por compartilharem da minha opinião sobre as regras da Fórmula 1, muito amigos, fãs do esporte, pilotos e, principalmente, ícones do esporte, como Michael Schumacher, ou grandes especialistas, como Reginaldo Leme. A Fórmula 1 mostrou ter gente boa, forte... e já rejeitou, pelo menos para este ano, o regulamento absurdo criado pela FIA. Se em todos os esportes existisse gente assim, muita coisa mudaria para melhor. 

terça-feira, 17 de março de 2009

Até, tu? (matéria original)

A FIA - Federação Internacional de Automobilismo - acaba de anunciar os critérios de pontuação para a temporada 2009 da Fórmula 1. Quem vencer mais corridas, será o campeão. O critério é tão óbvio quanto medíocre. Não podemos esquecer que, aplicando os conceitos do Marketing ao Esporte, o formato da competição é parte essencial do seu mix de marketing, fazendo as vezes do produto, diria sua embalagem. Ou seja, não o mais importante, mas o ponto de partida para os demais elementos do mix - Preço, Distribuição e Comunicação - que agora vão ter que se virar. Apesar da boa vontade da FIA em premiar os vencedores, estão esquecendo o sentido real do regulamento. O formato tradicional privilegiava a regularidade durante a temporada e, principalmente, dava maiores chances de recuperação para os pilotos, em última instância, mais emoção. Pelo radicalismo da mudança, até parece que o campeão de 2009 chegou todas as corridas em oitavo, sei lá. O erro ocorreu quando diminuíram de 4 para 2 pontos a diferença de pontuação entre primeiro e segundo colocados, responsável por Hamilton vencer a temporada 2008 com menos vitórias do que Felipe Massa, da forma mais emocionante possível, diga-se de passagem. E nem foi isso que tirou o título de Massa, Timo Glock que o diga (prometo dedicar uma conversa sobre este assunto). Mas dá para dizer que Hamilton fez uma temporada pior do que Massa? Não creio. O primeiro grande risco é que a temporada se defina com grande antecipação, já que, anteriormente, um piloto poderia se manter em segundo ou terceiro nas primeiras provas do campeonato para tentar uma arrancada, o que, paradoxalmente, ocorreu com Massa no ano passado. Pode acontecer o contrário? Claro, mas daí não mudou nada. Outro risco importante está dentro de cada Grande Prêmio. Se lembram daquelas corridas onde o primeiro colocado abre distância logo nas primeiras voltas e não é mais alcançado? Pois é assim que normalmente acontece. E isso não porque o segundo colocado não quer a vitória, mas por pura incapacidade de acompanhar um carro que está sobrando naquele final de semana. Como as demais colocações não valem para o campeonato, a emoção pode acabar na décima volta. Perde-se ainda aqueles lindos momentos, onde o piloto  larga lá de trás, faz uma corrida fantástica e chega em segundo... Para quê? Gastou energia, sorte, talento e combustível desnecessários. Indo além, a estratégia de tornar cada etapa um tudo-ou-nada, absolutamente não contribui com a segurança dos pilotos. É incrível ver que um dos maiores eventos esportivos da face da Terra, que envolve tanto dinheiro e tanta gente esclarecida, se perca na hora de embalar o produto. Como amante da F-1, quero muito queimar minha língua, mas acho pouco provável. Esta é uma decisão que, se surpreender muito, não vai mudar nada, mas, se cumprir seu destino, pode ser uma pá de cal na melhor categoria do automobilismo mundial. Para mim, seria uma tristeza enorme - aliás, já é. E depois vão culpar... a crise!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Quem quer ser um milionário?

E ainda tem gente capaz de dizer que o Fenômeno é cria do Marketing Esportivo. Quem somos nós para, em cima de uma história tão improvável, construir uma obra épica? Fosse assim, certamente seria meteórica, como foi, mas de mão única, sem tantos percalços. E para dar o mínimo de credibilidade, esta história não teria tantos finais,  irrepreensivelmente felizes. Ronaldo é único, iluminado. Quando veio o mundo, lhe disseram: "Escreva sua história do jeito que escrever, o final será sempre feliz". Mas o que me impressiona mesmo é a bola. Um ser absolutamente inanimado, que cria asas, voa de um lado a outro, para encontrar o craque. Como eu disse, quase sem querer, ao final da obra - homônima - vencedora do Oscar, "Nossa, que história!".

terça-feira, 3 de março de 2009

Se tudo sair como planejado...

Há alguns anos fiquei impressionado ao ter acesso ao planejamento anual de um grande clube português. Realmente este clube demonstrava extrema capacidade de antecipar receitas e despesas anuais, planejando detalhadamente suas estratégias comerciais e organizando de forma clara e direta. Condições do ambiente, dentro e fora de campo foram rigorosamente avaliadas. Planos foram traçados para os principais ativos do clube. Para que ao final da temporada o clube tivesse, se tudo saísse dentro do planejado, um belo resultado financeiro... negativo! Não é piada de português, mesmo porque minha própria origem lusa não permitiria. Você analisa as condições que vai enfrentar e, então, desenvolve estratégias para dar prejuízo? Achei no mínimo curioso. Para quem não está familiarizado com o tema, o bom senso diz que, no caso de se esperar prejuízo num determinado período, o que é plausível, o planejamento seja feito num prazo maior, na medida que demonstre uma rentabilidade no longo prazo. 
Ao refletir sobre o resultado financeiro do São Paulo FC em 2008, impossível não lembrar dos co-irmãos portugueses. Embora não tenha tido acesso ao documento escrito, fiquei sabendo que o clube desenvolveu um planejamento anual detalhado, contendo previsões de receitas e despesas. Isso, considerando oportunidades e ameaças do ambiente, suponho eu. O resultado dentro de campo não foi perfeito, mas foi muito bom. Se as coisas não foram bem na Libertadores, já no Brasileiro o clube lavou a alma e alimentou os cofres. Iniciativas de Marketing, torcedor feliz da vida, patrocinadores radiantes, venda de camisas estourando, inveja dos rivais. Tudo isso para que no final da temporada chegasse a um belo prejuízo? Será possível? Imagino aquele sotaque da terrinha dizendo: "Se tudo correr como planejamos, tomaremos um belo de um prejú!" Imaginem a situação de quem ficou de fora da Libertadores, passou o ano no purgatório, despencou para a série B ou todas as alternativas anteriores. 
Enfim, tudo muito engraçado, se não fosse triste. Só sei que está na hora de fazer valer a responsabilidade fiscal para os dirigentes do nosso Futebol.