quarta-feira, 1 de abril de 2009

Futebol e Sustentabilidade


Há cerca de um ano, tenho discutido a relação entre Esporte e Sustentabilidade com especialistas nas duas áreas. Esta discussão tem se estendido para outros envolvidos na Indústria do Futebol, como clubes, federações e patrocinadores. Acreditamos que o desenvolvimento empresarial sustentável é um caminho sem volta, uma megatendência da qual nem mesmo o Futebol ficará imune. De um lado, está uma demanda urgente pela mudança de mentalidade na gestão de novos clubes e, de outro, o grande poder de mobilização que possui o Futebol em nossa sociedade. Certamente, este será um assunto cada vez mais presente neste e, espero eu, muitos outros blogs. Algumas iniciativas - muito bem feitas, diga-se de passagem - já podem ser identificadas em organizações esportivas em todo o mundo. O gigante FC Barcelona utiliza a Responsabilidade Social como posicionamento de mercado. Outros trabalham no desenvolvimento de arenas ecológicas, eventos carbon free e suporters' trusts (iniciativa que reconhece o direito do torcedor na gestão dos clube). Conversando e aprendendo sobre o tema, cada vez mais situações cotidianas do Futebol chamam atenção, como a necessidade de instalação de torneiras auto-reguladoras nos sanitários do estádio do Morumbi, mais econômicas para o clube e para o meio ambiente. Mas no último dia 28, um fato maior me chamou atenção. Enquanto 3 mil cidades em 80 países - incluindo o Brasil - apagavam as luzes num movimento emocionante pelo planeta, o Futebol brasileiro, realizava, em pleno sábado, partidas noturnas, neutralizando o esforço de milhares de residências. Para piorar, o clássico diurno do Morumbi - não realizado na hora marcada para o apagão, é verdade - também contou com 90 minutos de refletores acesos. São indícios mais do que suficientes que alguma coisa precisa e pode ser feita. Não é mais possível encarar um Futebol alienado aos seus problemas conjunturais e, principalmente, ao que acontece à sua volta. O aquecimento global afeta a vida de todos e, num futuro breve, pode afetar decisivamente atletas e eventos esportivos. Quem está preocupado?

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