segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Pra cima deles, Neymar!


Com a mesma astúcia e velocidade que invadiu a área do rival no clássico deste domingo (19/08), Neymar vem tomando espaço nos comerciais da TV. São muitos os motivos que fazem do garoto uma estrela dentro e fora dos gramados. Porém, não se pode esquecer que só tem 20 anos, com muitos e muitos anos de estrelato pela frente. E isso pode acontecer mais à base da precaução do que da ousadia. Segundo o Meio & Mensagem, Neymar representou 7 marcas, com mais de 400 inserções na TV, somente no período em que disputou os Jogos Olímpicos. Se você não sabe de cabeça de quais marcas estou falando, nem me pergunte. Quer dizer que alguém - ou "alguéns" - está deixando de associar sua marca a Neymar como gostaria. Haja controle e coerência para resguardar a imagem do menino. E haja criatividade para não cair na mesmice. Sou do tempo que a celebridade protogonizava uma campanha (ou 'reclame', como insiste em dizer um amigo meu) por vez. Depois outro e mais outro. E como é agora?! Até a Copa de 2014, daria para todo mundo ter 3 meses exclusivos. Uma segmentação por meios de comunicação, não cairia nada mal. A quantidade de empresas que exibem o craque reflete não apenas seu talento para atrair o consumidor, mas também que algumas delas poderiam estar dispostas a pagar bem mais para não fatiá-lo (como os votos do STF) dessa maneira. Talvez ele pudesse ganhar o mesmo dinheiro representando menos empresas. E mesmo que não ganhasse, qual é a pressa? Afinal, Neymar tem todos os trejeitos de quem veio para ficar, minha TV que o diga.



domingo, 12 de agosto de 2012

Brasil, uma potência olímpica?

Durante os Jogos Olímpicos de Londres, nos acostumamos a discursar sobre a limitação do Brasil no Esporte, em relação a outras nações bem menos favorecidas. A regra das medalhas é clara e realmente não estamos bem colocados. Mas, desta vez, procurei analisar nosso desempenho por um novo ângulo, buscando quebrar este paradigma. O resultado no quadro de medalhas, que sempre nos reserva uma pontinha de decepção, pode esconder a verdade sobre o patamar do esporte brasileiro no cenário internacional. Neste estudo, vamos analisar a quantidade de atletas medalhistas (ou seja, 12 no Vôlei, 4 nos revezamentos da Natação, 2 nas duplas do Tênis e assim por diante). Por quê? Agora, vamos poder identificar quantos atletas de altíssimo rendimento conseguimos manter, em termos de investimento, talento ou qualquer outro indicador. Escolhi nos comparar a três países de primeiro mundo, economias de tamanho próximo à do Brasil (na linha crescente do gráfico): Alemanha, França e Itália (excluí a Grã-Bretanha que, jogando em casa, levaria grande vantagem). Todos entre os 10 primeiros nos Jogos de Londres e na história olímpica. Descobri que a Alemanha (87 medalhistas), uma potência até Seoul, ganharia por muito pouco do Time Brasil (59) em termos de medalhistas/PIB (1:US$ 42 bi contra 1:US$ 44 bi). Comparando à França, com 70 medalhistas (1:US$ 41 bi), e Itália, com 50 atletas no pódio (1:US$ 46 bi), a proporção é muito próxima, mostrando que a análise deve fazer algum sentido. Antes que digam que nossa população é bem maior, não há comprovação que este seja realmente um diferencial (a partir de algumas dezenas de milhões de habitantes), caso contrário a campanha da equipe chinesa (110) poderia ser considerada ruim. Claro que o país mais populoso tem um maior potencial, mas com menores chances de desenvolvê-lo. Nem mesmo os Estados Unidos é exceção (228), já que possui disparado a maior economia do mundo, quase 6 vezes a nossa, com crise e tudo. Não venham, também, com argumentos que as 18 medalhas no Futebol distorcem o resultado, já que os alemães levaram os mesmos 18 atletas ao pódio no Hóquei e outros oito de uma vez no Remo (e infelizmente não somos referência no futebol olímpico). Assim, podemos chegar a algumas conclusões importantes e polêmicas. Primeiro, que o Brasil investe mais (ou apenas se dá melhor) nas modalidades coletivas (quem disse que está errado?), não apenas no Futebol. Até porque, estes três fortes concorrentes, também são, por coincidência ou não, potências no Futebol profissional. Ou seja, não estamos quase fora do mapa olímpico, apenas temos prioridades diferentes. Se quisermos subir no quadro de medalhas, talvez seja preciso mudar este conceito (vale a pena?). Redirecionar investimentos e talentos (muitos pouco aproveitados no Futebol), seria um caminho. Também seria errado concluir que estamos tranquilos. Podemos evoluir muito, correr atrás dos americanos em algumas décadas, mas é um potencial que poucas nações conseguem desenvolver. Para isso, o Esporte tem que ser um dos pilares da sociedade, ou seja, por enquanto não é pro nosso bico. Se nossa insatisfação servir como incentivo, tudo bem. Quem sabe começa hoje mesmo, o primeiro dia do nosso ciclo olímpico...