domingo, 13 de maio de 2012

A cereja do bolo inglês

Neste domingo, tivemos o desfecho de um dos campeonatos mais emocionantes de todos os tempos. O título do Manchester City, na Premier League inglesa, desbancando seu maior rival, foi definido com um gol aos 48 minutos do segundo tempo, na última rodada do campeonato. Isso tudo em pontos corridos! O dia inesquecível para a cidade de Manchester e para os amantes do Futebol vem para coroar um dos campeonatos mais disputados do mundo. Não é coincidência. Diferente das demais grandes ligas do futebol mundial, o Reino Unido tem uma receita peculiar para dividir o bolo dos direitos de transmissão de TV, de onde costuma vir a maior parte dos recursos dos clubes. A divisão contempla não apenas o tamanho das torcidas, mas também a performance em campo e a quantidade de jogos transmitidos. Como consequência, na temporada passada, o time que mais faturou através da TV recebeu apenas 50% a mais do que o time que menos ganhou (1:1,5). Sem dúvida, uma grande lição para todos, principalmente para a Espanha, onde Real Madrid e Barcelona praticamente monopolizam a divisão de seu 'pastel'. Por lá, os dois mais ricos receberam 12 vezes a mais do que o menos privilegiados (12,5:1). O resultado da liga espanhola também exalta a disparidade econômica: o Real conquistou a taça da temporada 2011/2012 com duas rodadas de antecedência, enquanto o terceiro colocado, o Málaga, terminou o campeonato mais de 30 pontos atrás do vice. Embora Real e Barça sejam os clubes mais ricos do mundo, a liga inglesa que é a mais rica do planeta. Os gestores do futebol inglês, acreditam em um ingrediente indispensável e saboroso que chamam de 'equilíbrio competitivo', aquilo que os torcedores conhecem apenas por 'emoção'.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Humilde Residência em 2014

Esta foi uma semana decisiva nos preparativos para a Copa do Mundo no Brasil. Lei da Copa aprovada, cerveja e comitê organizador acomodados na geladeira. Mas, a principal preocupação continua sendo com os estádios. Sim, porque as obras de infra-estrutura todos sabem que não ficarão prontas a tempo. Como dizem em Cuiabá, "qual o problema?". A verdade é que não precisa ser especialista em Construção Civil para saber que os estádios estão muito atrasados para a Copa do Mundo. Para a Copa das Confederações, nem se fala. Os estádios devem estar em pé em 2014, ao menos a maioria deles. Também é possível apostar que quase nenhum estará totalmente finalizado, com o acabamento contratado e esperado (veja matéria da Folha). A notícia boa é que os jogos vão acontecer, sem problemas. Alguns detalhes incompletos contarão parte desta história, deixando expostos nossa capacidade de realização e, ao mesmo tempo, nossos defeitos. Talvez alguma obra seja abandonada, como aconteceu na África do Sul, assim as visitas não vão reparar na bagunça. Vão ter que se contentar com o Brasil como ele é, algo que nós brasileiros fazemos desde sempre. De uma forma ou outra a festa será grandiosa, em estilo mais descontraído, como sabemos fazer. Se o cantor Michel Teló deverá comandar um dos hits da Copa (não tenho dúvida), com Neymar e companhia, já se preparou, com a devida antecedência, para ensinar a FIFA a ter um pouco paciência e celebrar o Futebol em nossa humilde residência. Sobe o som!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

De olhos bem abertos

A final do Campeonato Paulista, entre Santos e Guarani, já começou mal. Gostaria muito de poder entender porque o presidente do time santista, querendo jogar na Vila Belmiro ou, na pior das hipóteses, no Pacaembu, tenha sugerido disputar as duas partidas no Morumbi. Cabeça de dirigente... O mando de jogo é da Federação Paulista, é verdade, mas vai dizer isso para o Corinthians, que tinha a vantagem de jogar no Pacaembu, caso chegasse à final com o São Paulo. Por coincidência, a Federação acatou exatamente a proposta do Santos, contrariando a vontade legítima do Guarani de jogar em seu próprio estádio. Isso para mim tem outro nome, que não é "mando de jogo". Nos resta, a ótima entrevista do presidente bugrino, Marcelo Mingone, concedida à Rádio Bandeirantes, ao defender o primeiro jogo em Campinas, como forma de valorizar seu estádio, respeitar seu torcedor e aumentar suas chances de vitória, o que costumava ser mais importante que dinheiro (que nem é tanto dinheiro assim). Acreditar que dinheiro no Esporte é um fim e não um meio, é um erro grosseiro. O Santos deve se preocupar em ganhar dinheiro, claro, em quantidade suficiente para não precisar se preocupar unicamente com dinheiro no momento em que o que mais deveria importar era o Futebol. Não por acaso, o presidente Luis Álvaro costumava ser gestor de bancos e não de clubes. Aumentar o preço dos ingressos (como se fosse possível reformar o Morumbi em uma semana) é o clímax da piada. Seria para compensar a queda dos juros?! Passou até aquela vontade louca de jogar na Vila ou mesmo o pacto de não mandar jogos no Morumbi. Já o Guarani, realmente demonstra que há luz no fim do túnel, tanto dentro quanto fora de campo, desde que permitam que o clube permaneça de olhos bem abertos.