sábado, 18 de abril de 2009

Sou brahmeiro... mas não sou atleta!

Foi um choque para mim. Ligar a televisão e ver Ronaldo com um copo de cerveja na mão é algo bizarro. É difícil acreditar que a poderosa multinacional ex-brasileira e a assessoria deste fenômeno de mídia do século XX tenham chegado a este ponto. Sem falso moralismo, mas atleta e cerveja não tem nada a ver. Aliás, por que mesmo alguém patrocinaria um atleta para tê-lo de copo na mão? Você quer associar a cerveja ao Esporte e não o atleta à cerveja! É péssimo para a imagem de Ronaldo, tanto para o esportista quanto para o mito, além de alimentar sua fama - para se dizer o mínimo - de baladeiro. É ruim para a marca pois a propaganda é apelativa. O momento escolhido é o pior possível, justamente quando Adriano abandona o Futebol por causa da dependência alcoólica. Nesta semana, tive acesso a uma pesquisa da European Sponsorship Association sobre as novas tendências na relação entre Esporte e álcool. Cresce aceleradamente, em todo o mundo e todas as modalidades, a restrição à participação das bebidas alcoólicas, incluindo cerveja, no patrocínio esportivo. Por mais longo que seja, este é um caminho sem volta. O mais interessante é que esta tendência parte, principalmente, das próprias entidades esportivas, percebendo que tal associação não é – literalmente – saudável. Em seguida, virão as restrições a fast foods e refrigerantes. Vai chegar a hora do Esporte dar prioridade a produtos realmente saudáveis. O impacto inicial na receita comercial dos principais eventos e entidades esportivas será grande, a partir de uma das maiores quebras de paradigma na história breve do patrocínio esportivo. Obviamente, todos terão que se adaptar ao novo cenário e, como sempre, uns o farão mais rápido que outros. Cabe aos gestores destas entidades ter visão estratégica e iniciar o processo de adaptação imediatamente. Quem enxergar antecipadamente este tsunami, terá maiores chances de salvar ou mesmo surfar nesta onda.  Só sei dizer que a Brahma e Ronaldo estão vindo na contra-mão da história, fazendo a alegria dos rivais – de ambos. Eu mesmo, fã do talento de Ronaldo, não resisto ao humor sarcástico. Que Ronaldo é brahmeiro, nem precisa dizer. Pela barriga, logo se nota.

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