segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Quem mexeu no meu queijo?

É muito comum escutar gestores de grandes marcas do esporte brasileiro se gabando de grandes contratos de patrocínio que acabaram de fechar. Isto é ótimo, desde que seja algo planejado, ou melhor, não seja obra do acaso. Dinheiro é dinheiro, mas quando as receitas do clube estão totalmente nas mãos do mercado ou reféns dos resultados esportivos, o risco é grande. Planejar é traçar caminhos para alcançar objetivos esperados, ao invés de esperar que as coisas caiam do céu. Se você conhece parábola de auto-ajuda, homônima a este artigo, fica mais fácil entender. Trata, em linhas gerais, daquelas coisas que vêm fácil, mas não nos preparamos para o dia que acabarem e tivermos que correr atrás. É justamente o que aconteceu com o São Paulo FC, em 2010. Mais da metade do ano se foi, sem que uma das marcas mais valiosas do país conquistasse um patrocinador de verdade, exceto uma ou outra ação pontual. A perda de receita mensal, que equivale ao salário do Fenômeno, arrasou as finanças do clube. O que aconteceu? Prefiro perguntar: o que foi feito nos anos anteriores para conquistar o tal patrocinador? Nada. Apenas importava que o patrocinador estava lá, bancando um time competitivo, por razões que só importavam ao próprio investidor. Melhor que isso, a cada renovação o valor aumentava por inércia, como um passe de mágica. Mas, de repente, acabou. Muitas são as razões: as empresas pensam cada vez mais para investir; as promoções da Copa do Mundo comeram os orçamentos esportivos; e os principais negociaram patrocínios no mesmo período. Não bastasse o cenário desfavorável, apostaram em um belo aumento da cota de patrocínio, o que tinha tudo para dar errado. E deu. Muito melhor seria manter aquele patrocinador fiel, de um dos contratos mais longos e bem sucedidos da história do nosso Futebol.

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