quarta-feira, 28 de abril de 2010

Futebol Global


Não é de hoje que se ouve falar em globalização - tempo suficiente para o assunto tornar-se repetitivo e chato. No marketing de verdade, a globalização é uma onda, ou melhor, um tsunami que cedo ou tarde atinge todos os mercados. Alguns serão molhados, outros até surfarão na onda. Outros tantos serão afogados. No Futebol, não seria diferente. A quebra de barreiras intensificou o êxodo dos principais craques para mercados mais ricos e organizados, que buscavam oferecer produtos diferenciados e audiência sem fronteiras. Não por acaso, o Brasil foi sentindo o peso deste processo. A curto prazo, a perda de nossos principais jogadores. A médio e longo prazo poderá vir a maior e mais destruidora onda. Os grandes clubes e ligas do futebol europeu vêm invadindo os plasmas e LCDs do nosso torcedor. Pior que isso - pior para nós - é que este fenômeno de mídia se transformou em um fenômeno cultural, fazendo com que estas marcas globais entrem no cotidiano de jovens e adolescentes (quanto menos idade, mais impactados!). Para aumentar o drama, os grandes clubes europeus são grandes conquistadores e têm uma estratégia para isto (não apenas para isto). Os grandes clubes brasileiros, até aqui beneficiários de sua exposição nacional em detrimento dos clubes regionais e locais, agora são vítimas não-inocentes deste processo, que pode ter consequências avassaladoras (como se pudesse piorar) sobre as receitas de Marketing. Não é de se admirar, afinal a globalização encurtou distâncias. Hoje em dia, Madri, Londres, Paris, são logo ali. Tanto quanto Salvador ou Recife. Se faltava alguma prova, a tarde de 28 de abril de 2010 poderá ser um marco histórico. A Globo, com Galvão Bueno e tudo, transmitindo ao vivo a semifinal da UEFA Champions League, é uma grande demonstração de força e potencial de crescimento. Isso que é globalização! E não é um trocadilho! Num cenário apocalíptico, no melhor estilo do filme 2012, nossos netos não irão ao estádio, vestirão camisas dos maiores clubes do mundo, torcerão por seus clones virtuais no video game e participarão de seus eventos de relacionamento. O futuro já chegou? Por sorte, a Globo não quer mudar a Champions League para depois da novela. E a globalização ainda não mexeu com o fuso-horário. Mas quem disse que não mudará nosso período de trabalho? Num estágio crítico, lá por 2050 - se o mundo durar até lá - descendentes próximos do corinthianus fanaticus invadirão a Avenida Paulista para comemorar a conquista do campeonato espanhol ou italiano ou inglês. Ou de todos eles. Mas não se assustem: haverá espaço para os segundos-times do coração... A 'marolinha' vem vindo, só não vê quem não quer ou não tem juízo.

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