segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Taxa de (pre)ocupação

Na semana passada, li uma matéria do Estadão sobre a baixa taxa de ocupação dos estádios brasileiros em 2013. Chega a ser um eufemismo. A taxa de 26% está mais para vergonhosa do que preocupante. Preocupação, sim, existe em relação aos estádios da Copa. Embora a taxa de ocupação da Série A seja consideravelmente mais alta, perto de 40%, muitos estádios servirão a competições menos expressivas. O mais óbvio é sempre atribuir a baixa taxa de ocupação ao baixo interesse do público, o que não é totalmente correto. A verdade, muitas vezes esquecida ou ignorada, é que a taxa de ocupação tem tudo a ver com o tamanho do estádio. Sim, a taxa naturalmente pode ser maior, com a mesma quantidade de público. Vale lembrar que na Premier League Inglesa, a mais poderosa do mundo, também com as taxas de ocupação mais altas, acima dos 90%, a média está um pouco abaixo de 40 mil assentos.  Um dos momentos mais críticos no projeto de um novo estádio é mesmo a tomada de decisão sobre a sua capacidade. O erro comum nesta fase é determinar o tamanho pela expectativa de público máximo. Mas, para ser economicamente sustentável ao longo do seu ciclo de vida, as arenas esportivas devem ser projetadas pensando na média de público. Segundo consultorias especializadas, algo em torno de 75% seria o ideal, ou seja, uma capacidade 30% acima da média estimada. Pensando dessa forma, os custos de construção são menores, assim com os de manutenção. Como a oferta de ingressos não supera tanto a demanda, os preços também são pressionados para cima. E o principal: a atmosfera do evento é muito mais legal com a arena lotada, melhorando a experiência de cada torcedor. Agora que já está feito, o jeito de é pensar em estratégias para levar o público para as novas arenas, mas essa já é uma outra história...

Matéria Estadão

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