terça-feira, 31 de julho de 2012

Os Dois Lados da Moeda

Uma reportagem do Meio & Mensagem de hoje, faz uma análise tão importante quanto preocupante sobre os patrocínios às confederações brasileiras que disputam os Jogos Olímpicos Londres 2012. Menos da metade delas têm patrocinadores privados e quase um terço não tem patrocínio algum. Encontramos apenas 5 empresas privadas, sendo 3 multinacionais. Com leis de incentivo e tudo! Sem falar que cada modalidade pode ter tranquilamente 4 ou 5 apoiadores. O ciclo olímpico para o Rio 2016 começa em poucas semanas, então, o que estamos esperando?! Se alguém ficou esperando a edição atual terminar, perdeu a grande oportunidade de levar um bônus sensacional, do tipo pague 1 e leve 2. Certamente, um dos motivos desta insensibilidade é a crise econômica mundial (inclusive a nossa marolinha), que vem consagrando o pensamento de curto prazo. E o patrocínio, como eleva o valor da marca, é um negócio de médio e longo prazo. Falar é fácil, mas não faria sentido investir agora em algo que também vai render depois que a crise se acalmar? A verdade é que também sinto a falta de profissionais que acreditam em Marketing de verdade. Sem Marketing, não existe Marketing Esportivo. Outra oportunidade exclusiva dos países-sede dos Jogos não pode ser esquecida: o Brasil está pré-classificado em todas as modalidades! Isso elimina o principal risco ao investir no ciclo olímpico. Quer dizer que as confederações de outras modalidades, que não estão em Londres, como Badminton, Golfe e Rugby. também precisam de apoio e oferecem retorno garantido (depende, é claro, de quanto investir). Sim, não é preciso fazer muita conta para reconhecer os valores positivos que o consumidor associa ao Esporte e quanto o espírito e os símbolos olímpicos envolvem um país. Algumas coisas são tão óbvias que fica até difícil de comprovar. Num horizonte de 4 anos, quando teremos a combinação inédita de Copa do Mundo e Olimpíadas num mesmo país, não investir em Esporte pode ser, sim, super arriscado. Este é nosso melhor argumento. Quem vai pagar para ver?

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Imagem que vale ouro

Hoje, saiu a confirmação da equipe brasileira de Ginástica Artística para Londres 2012. Jade Barbosa, que já nem estava com o grupo, ficou mesmo de fora. Não por questões técnicas, mas por discordar de cláusulas de Marketing do seu contrato com a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Jade teria que ceder o direito de uso de sua imagem individual para os patrocinadores da CBG, enquanto ela aceitava envolver, segundo a família, apenas a imagem coletiva. Pode parecer mais um chororô desta talentosa menina, mas desta vez ela demonstrou conhecer seus direitos.No Brasil, uma grande surpresa (agradável, é verdade) se o assunto fosse melhor resolvido. Talvez nem saibam do que estão falando! Mesmo os grandes clubes de Futebol, teoricamente mais profissionalizados e melhor assessorados juridicamente, tem grandes dificuldades de entender e aplicar o direito de imagem, principalmente no cenário mercadológico. O direito à imagem cabe, naturalmente, ao próprio indivíduo. Ainda mais em uma modalidade individual, onde a cessão do uso da imagem é a principal fonte de recursos dos praticantes. O atleta só poderia abrir mão disso em casos extremos, sendo bem remunerado. Faz sentido, sim, que as equipes busquem contratos que incluam direitos de imagem coletivos, o que possibilita que um grupo atletas (geralmente 4 ou 5) seja apresentado em uma campanha de comunicação ou tenha seus rostos e corpos exibidos em produtos licenciados, algo realmente valorizados por seus parceiros comerciais. Quem não sabe disso, tende a achar mesmo que é tudo ou nada. E quanto mais importante e consciente é o atleta, maior o seu poder nesta discussão. Assim, muitas oportunidades são perdidas, vão-se os dedos e os anéis. É uma pena que Jade não tenha sido incentivada a manter sua postura firme, que poderia secar as lágrimas de muitos outros atletas num futuro próximo. Se tornaria uma espécie de Vanderlei Cordeiro de Lima do Marketing Esportivo...