domingo, 11 de julho de 2010

2014 chegou


A Copa de 2010 acabou. No momento que o árbitro sentenciou a chegada da Espanha ao rol dos campeões do mundo, este evento passa como um filme em nossa cabeça. O Futebol vive em ciclos de 4 anos que reafirmam alguns dogmas ou prenunciam grandes mudanças. A Copa da África ficará marcada com a chegada de um novo campeão nascido fora de casa, algo que não ocorria desde o Brasil de 58. Talvez seja a prova que faltava que o Futebol se globalizou de vez. O fenômeno não é novidade. Mas quero dizer que seus efeitos apareceram de vez. Os atletas e clubes passaram a predominar sobre as seleções, construindo os grandes ídolos e exportando para a Copa do Mundo, ao contrário do que pareceria mais lógico. Uma das ligas mais fortes, também tem a melhor seleção, quase um paradoxo, já que tem tantos estrangeiros. O brasileiro nunca curtiu tanto uma Copa. E claro que nossa Seleção não ajudou muito. Mas conhecemos os jogadores de todas as seleções. Adoramos alguns, odiamos outros. Ingredientes básicos para torcer - a favor ou contra - por países que só sabemos onde ficam (onde fica a Eslovênia mesmo?). Um dia, Carlos Alberto Parreira disse que não existia mais bobo no Futebol. Mas estes bobos não eram capazes de vencer uma Copa! Agora tudo mudou. Apesar do favoritismo brasileiro, os paradigmas que faltavam foram derrubados para 2014. Para ganhar uma Copa, basta estar na Copa. Isto é ótimo para o turismo e será maravilhoso receber tantos ídolos que vemos na TV, aqui em nossa casa. E tomara que venham 7 campeões do mundo, privilégio apenas de Japão, Coréia e África do Sul. Os bolões e figurinhas renasceram, unindo gerações. Afinal de contas, as crianças e adolescentes de hoje, entendem tanto de futebol global quanto a gente. Imagine em 2014? As transmissões serão em 3D, como se estivéssemos no estádio. Muitos de nós vão estar! Outra novidade: quando a bola entrar vai ser gol! Espero, ainda, que outras lições tenham sido aprendidas. Que grama bem tratada ainda não saiu de moda e não pode ser plantada na véspera. Que confederações, principalmente do hemisfério sul, não têm competência para vender ingressos, muito menos sem supervalorizar os pacotes de viagem. Que a disputa do terceiro lugar pode ser legal pra caramba, mesmo porque nem todos tem o privilégio de estar na final. Nem mesmo o craque da Copa. Que Futebol pode ser o centro do Universo, que o Brasil será o centro do Universo, mas que a Copa no Brasil não precisa girar em torno da Seleção Brasileira. Esqueça a ressaca, porque 2014 já começou.