quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Licenciamento - Quando menos é mais


Acabei de ler uma matéria da revista Licensing Brasil sobre o programa de licenciamento do Grêmio Portoalegrense. O clube se vangloria de possuir nada menos que 1.300 licenciados (itens). Citando 5 de seus principais licenciados, você provavelmente nunca ouviu falar em nenhum. Como eu, nos bons tempos de Roxos & Doentes, trabalhava próximo aos licenciados do Internacional, confesso que conheço a maioria. Não precisaria deste blog para dizer que quantidade não é qualidade. Dentro do licenciamento esportivo, basta olhar rapidamente números da Major League Baseball, nos EUA. A entidade, que lidera o licenciamento esportivo no mundo, possui apenas 180 empresas licenciadas e fatura (vendas) US$ 3,3 bilhões por ano com licenciamento. Isso mesmo! Todos os 30 times juntos possuem apenas 180 licenciados e faturam, na média, cerca de US$ 100 milhões cada! Bom, não vou perguntar ao Grêmio quanto fatura (que é o que importa), mas são certamente alguns milhões de reais. Em 1998, quando faturava "apenas" US$ 2,1 bi, a MLB resolveu diminuir drasticamente o número de licenciados (300 ou algo assim). E deu certo! Obviamente não podemos comparar friamente as realidades, mas como diriam os Titãs: "Um idiota em Inglês, se é idiota é bem menos que nós. Um idiota em Inglês é bem melhor do que eu e vocês". Ou seja, não é fazendo o inverso do que os americanos fazem que vamos chegar lá. Ah, o Grêmio também anunciou o licenciamento com a Tramontina, prometendo distribuição nacional. Legal! Detalhe é que - qualquer um sabe - a maioria absurda de torcedores do Tricolor Gaúcho está no... Quem disse Rio Grande do Sul, acertou! Conclusão: distribuição nacional só se for na República do Pampa, sonho dos movimentos separatistas. Antes que os gaúchos ataquem a mim ou à honra da minha mãe... "Ah, eu sou gaúcho!" Quer dizer, eu não, mas minha mãe é...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O Morumbi é aqui


Nos últimos meses, estamos acompanhando a humilhante saga do estádio do Morumbi em direção à Copa do Mundo. Ainda que chegue lá, o que provavelmente acontecerá, os prejuízos já são irreparáveis à moral deste gigante cinquentão (beirando os 49, na verdade). Como diz - com razão - o presidente Juvenal Juvêncio, o Morumbi é hoje um dos melhores estádios do país. Isso quer dizer, rigorosamente, nada. Basta ir a um jogo no estádio para entender racional e emocionalmente os porquês da preocupação da FIFA. Não reconhecer estas deficiências tem sido o maior erro (como se precisasse de outros). Mais do que as condições físicas atuais, não se consegue colocar no papel - que aceita tudo - um projeto decentemente moderno para o estádio. É assustador! O Morumbi perdeu a capacidade de sonhar. Fazendo um paralelo econômico, enquanto comemoramos um crescimento trimestral do PIB de 1,9%, a Índia deve crescer 5% e a China "apenas" 9% em 2009. Estamos acostumados com pouco. Definitivamente, o Morumbi é aqui. Entrando na onda de uma promoção cultural rumo à Copa da qual participei estes dias, já criei um grito de guerra para 2014: "A-E-I, coitado do Morumbi!".